terça-feira, 5 de julho de 2011

Com Limão e Sal

"E então eu senti meu corpo sendo levado pela montanha russa, quase que em queda livre, quase no primeiro looping, quase vomitei. Comigo foi sempre assim, crio e vivo das minhas invenções, dos suspiros e das flores devoradas por Severino Ariza apaixonado por Firmina Daza. A única diferença é que com o passar dos anos fiquei voraz por qualquer coisa que me faça sentir."



"E eu fiquei alí, parada. Lembrei dos filmes babacas de Hollywood que tratam dos clichês dos encontros e desencontros. Lembrei das histórias que acabaram mal e também das que acabaram. Porque não assumo logo que faço parte desse coletivo surreal buscando alguma história eterna como tantas outras que lembrei? Umas que me foram contadas, outras que vi acontecer. São tantas histórias e tantas pessoas. São tantas histórias por pessoa. Umas de verdade, outras inventadas."



"E então finalmente uma manhã de sol. As coisas acontecem preguiçosas na segunda-feira, mais uma roupa social, a radio noticia o trânsito no trânsito, trabalho conforme demanda, nenhum cigarro, nenhum café e muita gastrite. Nenhuma pressão. Dentro de mim passa e repassa uma vida inteira cheia de fantasias, enquanto mais uma reunião é agendada em outro horário vago."



"Estou tendo vertigens. Vivenciei de todas as formas aquela expressão borboletas no estômago. Tem várias e umas mariposas das gigantes também. Acho que quero vomitar. Uma por uma. Aliás, essa é a segunda vez que eu falo em vomitar. Deve ser moléstia."



"Continuo aqui. Mesmo computador, mesmo teclado, mesmo e-mail, mesmo frio na barriga. A minha mão treme. Ridículo. Os sentimentos são todos ridículos e descabidos. Esse negócio de procurar coisas que me façam sentir não faz sentido. Racionalizar não me faz parar de sentir. Perdi a merda do controle"


"Quero outra vez. Com limão e sal!"

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